quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Descanço
Entranhas expostas aos corvos famintos
Sangue jorrando pela ferida aberta
Meu destino percebo é a morte certa
O coração falhando e eu quase extinto
Primeiro o tiro do revólver senti
Fazendo de meu corpo o sangue escorrer
O calor da ferida com a mão cobri
A dor em brasa tentei da alma remover
Mas veio a faca em punho, minha carne rasgada
De baixo ao alto cortando de Deus a morada
Um choque em ver de mim órgãos caindo
A certeza do desfecho minha mente sentindo
Quem será o algoz de minha vida?
Como viverá após ato insano e vil
Terá talvez consciência absolvida
De tal pecado, mesmo que mercantil?
Por aqueles que condenaram-me a esta abominação
Palavras minhas os incriminaram em meus escritos
Minhas verdades ditas em honra de minha profissão
Fizeram-nos alvos do pobre povo, nobres malditos
Morro hoje e vivo agora na eternidade
Por mim o que havia a fazer está terminado
Desmascarei lobos, jantei suas banalidades
Descansarei agora, pela história serei lembrado.
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