quinta-feira, 5 de junho de 2008

MEDO


Não temo o que me chega
De repente, nem tão pouco
O ladrar de um cão raivoso.
Não temo as vielas escuras
Nem suas curvas cheias de bêbados
Nas raias do carnaval.
Pouco tenho a oferecer ao mundo
além de minhas palavras mudas
Que encharcam-me a boca,
Tantas vezes seca.
O medo que trago no coração
É o de despojar-me dessas palavras
Que desnudam-me e vestem-me
Com o mesmo furor e langor
Que um amante me toca
É para esse medo que fecho
Meus olhos quando os fixo
Em algum ponto do escuro céu...

DE:
Patrícia Gomes
Para o meu amigo Aluízio Derizans, com todo meu carinho e admiração!

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